TOMAR ANTI-INFLAMATÓRIOS APÓS O TREINO “ANULA OS RESULTADOS DO SEU TREINO” E PROMOVE PROBLEMAS SÉRIOS NA SUA SAÚDE .
A prática de atividade física como já se sabe , melhora muito a saúde e a performance , contudo a medida que nos adaptamos e começamos a curtir e gostar da prática de exercícios e dos resultados que eles proporcionam , podemos às vezes exagerar um pouco e com isso apareceram as dores.
É natural e importante para evoluir no esporte, quem pratica atividade física sempre tentar ir “além dos seus limites” – e pegar um peso maior na academia ou correr alguns quilômetros a mais no parque, por exemplo. Só que isso tende a causar nos dias seguintes a famosa dor muscular pós-treino, que ocorre ao fazer um exercício intenso ou que o corpo não adaptado, gerando o rompimento (microlesões) das fibras musculares.
“A partir daí, um processo inflamatório natural se inicia para repará-las, possibilitando o ganho de força, resistência e/ou de massa muscular”, explica Dr. Márcio Pinheiro , médico Ortopedista do Centro Médico MilPeles.
Acontece que, na tentativa de reduzir o incômodo (que geralmente dura de 48 a 72 horas) para treinar forte novamente no dia seguinte, algumas pessoas lançam mão de remédios anti-inflamatórios – uma medida que coloca em risco não apenas a saúde, como também os resultados do exercício.
“Esses medicamentos agem inibindo a resposta natural do organismo em reparar as microlesões musculares. Dessa maneira, interrompem a produção e liberação de enzimas (prostaglandinas) e células inflamatórias (leucócitos, macrófagos, neutrófilos) essenciais para o processo de regeneração dos músculos”, explica Dr. Márcio.
O que acontece então?
Você prejudica o ganho de hipertrofia, de força e de resistência. É praticamente como se jogasse fora todo o tempo que dedicou na academia, pois boa parte dos efeitos do treino serão anulados. Inclusive, o impacto desses remédios nos resultados da atividade física foi verificado em estudos, como o realizado por pesquisadores do Karolinska University Hospital, em Estocolmo (Suécia), que sugeriu a adultos jovens praticarem o treinamento resistido (musculação) e consumir ibuprofeno ou ácido acetil salicílico por oito semanas. “Além de apresentar menos adaptações nos músculos, o consumo dessas substâncias acabou aumentando os riscos de lesões sérias, por mascarar dores importantes”, explica Dr. Nilson Fernandes , médico responsável pelo serviço de medicina Integrativa e Nutrologia do Centro Médico MilPeles.
O Dr. Nilson Fernandes reiterou : “Do ponto de vista Nutrológico, o uso de antinflamatórios ou antioxidantes pos o treino não é recomendado! Quando treinamos a nossa musculatura sofre microlesões, estimulando uma cascata inflamatória para que haja reparo muscular! Assim novas células musculares estimuladas pelas citocinas inflamatórias serão formadas, ocorrendo aumento dessas fibras a medida que o estímulo se mantém crescente! Bloquear essa resposta fisiológica pode impactar nesse processo de formação muscular!”
Sérios riscos à saúde
Apesar dos anti-inflamatórios, como ibuprofeno, cetoprofeno, ácido acetil salicílico, nimesulida, diclofenaco sódico, entre outros, serem vendidos sem prescrição médica e darem impressão de não oferecer riscos, os impactos no organismo podem ser diversos.
“O consumo indiscriminado desses medicamentos pode causar desde uma gastrite (por agredir a mucosa do estômago) até lesões nos rins, com risco de evoluir para uma insuficiência da atividade do órgão. Também há um aumento do risco de infarto”, alerta Dr. Laudenor Junior , cardiologista do Centro Médico MilPeles. Para se ter ideia, um estudo do Hospital Universitário Gentofte, de Copenhague, publicado na revista European Heart Journal, concluiu que o consumo excessivo de ibuprofeno eleva em cerca de 31% o risco de parada cardíaca, e o diclofenaco, em 50%.
Portanto, se depois do treino houver muita dor, é importante que o quadro seja avaliado por um médico para definir se realmente o remédio é necessário. Dependendo do caso, um analgésico ou um relaxante muscular podem ser suficientes para aliviar o incômodo. “O profissional da saúde vai analisar os riscos em cada situação. Mas, o ideal seria não haver a necessidade de utilizar medicamentos”, complementa o cardiologista.